segunda-feira, 20 de maio de 2013

Ecos da II Caminhada De Albergue em Albergue




[Fotos Goreti Pinto | Braga]

No primeiro dia do mês de maio do ano da graça de 2013, dia solarengo e fresco, saíram uns jovens peregrinos do albergue de S. Miguel – Marinhas-Esposende rumo ao albergue de “S. João da Cruz dos Caminhos” em Viana do Castelo, percorrendo o caminho de S. Tiago de Compostela. De mochila às costas e cajado em punho, a marcar bem o passo, nem a perda dos travões do autocarro até a Marinhas os demoveu no seu propósito.
Na igreja de S. Miguel das Marinhas, fomos calorosamente acolhidos pelo prior, Pe. Avelino, que, como quem começa o dia de uma forma diferente, nos abençoou e animou com a sua oração e alegre cântico! Era o início da agradável jornada…
O caminho obriga-nos a definir bem a meta que queremos alcançar. E a meta ganha novos sentidos à medida que vamos caminhando e encontrando os vários elementos, desafios e descobertas sobre nós e o mundo. O caminho orienta-nos e liberta-nos. Identifica-nos connosco próprios e com o outro. Faz aumentar a nossa condição de humanidade.
Na ânsia de conhecer as vicissitudes do caminho, perguntei-me como iria conciliar o contacto com todos os peregrinos amigos e o meu próprio caminho. Caminharmos juntos para a mesma meta, e cada um percorre, ao mesmo tempo o seu caminho único. Meditava.
A natureza é de uma beleza ímpar. Entre a montanha, os riachos, as flores, as aves e o céu, tudo me era dado como convite à contemplação da magnificência divina num quadro de serenidade e bondade. Tão próximo! Caminhámos em silêncio.
Chegados à igreja de S. Tiago em Castelo do Neiva, saboreámos a partilha e recuperámos as forças. Visitámos o templo e deu-se novo sentido à continuidade do caminho. Houve um momento fotográfico a pedido do António, pelo que sei, famoso experiente peregrino de origem galega que veio fazendo a retaguarda do caminho.
Entre mais partilha e silêncio, caminhámos até avistar a pequena meta – o albergue de S. João da Cruz dos Caminhos do Convento do Carmo em Viana do Castelo. Esta meta que sempre nos acolhe tão bem!
À chegada, gradecemos-Lhe, rezando, a dádiva de (poder) caminhar eternamente e de tudo o que o caminho nos faz viver, num crescendo de amor que se vai dando e recebendo. Falou-se de amor. Aquele que nos torna verdadeiros filhos, amados, a caminho da felicidade eterna.

Paula Lima
Comunidade Carmelita
Viana do Castelo

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